quinta-feira, 26 de março de 2009

Nunca pelo chão – use as paredes

Hoje resolvi levar meu pai na obra. Queria checar possíveis vazamentos e sabia que ele era bom nisso. Mas a primeira coisa que ele perguntou quando entrou no apartamento foi: “O que ficou resolvido sobre o gás?”. Respondi que a tubulação atravessaria o chão da cozinha, pois queríamos colocar o fogão para no outro extremo dela.

- Pelo chão???!!! Você nunca deve passar nada pelo chão do apartamento!!! – essa foi a reação do meu pai.

E aí começou o drama. Até porque, logo em seguida, descobrimos que parte da tubulação de água também tinha sido desviada pelo chão. Coisa que não deveria ser feita jamais.

E lá vamos nós falar pro mestre de obras que parte da tubulação deveria ser refeita e que o trajeto do gás deveria ser mudado. Momentos tensos! Medo do pedreiro se encrespar e resolver tocar a obra de qualquer jeito. Juro que fiquei a manhã inteira remoendo esse probleminha na minha cabeça. Mas como disse uma amiga minha: "Eles estão acostumados com essas mudanças. Não se estressa." Espero que ela tenha razão...

Mas vamos às explicações: Tubulação no chão, só a de esgoto, que não tem outro jeito. Mas o resto, tente sempre passar pela parede. Primeiro porque se surgir um vazamento com o encanamento passando pelo chão, sua laje corre o risco de virar uma piscina. Segundo que vazamento na parede fica logo visível. Já no chão... com espaço de laje por baixo... Você corre o risco de ter que furar ele todo, pra achar o problema. Terceiro pelo simples fato de que quebrar parede é mais tranqüilo que quebrar chão.

Mas e o gás? Bom, segundo nosso amigo engenheiro e grande conselheiro para assuntos de obras e reformas, não se deve passar gás pelo piso nunca. Simplesmente porque a laje é a parte que mais sofre alterações no seu apartamento e esses “movimentos” dela podem estragar seu cano. Daí começa um vazamento que você não sente, não sabe que existe, até o dia em que seu chão estoura! POW!

Ou seja: o ideal é passar a tubulação sempre pela parede.

Aprenderam a lição? Eu aprendi!

E por falar em parede, esse jornal estava dentro da nossa! Juro!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Vizinhança, sempre uma surpresa

Nenhum vizinho passa ileso por uma reforma. Pode ser o de cima, o debaixo, o vizinho do lado, o síndico (mesmo que ele more a dez andares de distância do seu) algum deles, ou mesmo todos vão sofrer alguma conseqüência da obra no seu apartamento. Por isso, é sempre bom fazer uma políticazinha de vizinhança básica.

Começamos conversando com nossa síndica, uma fofa. Nos apresentamos, explicamos o que pretendíamos fazer no apê, nos informamos sobre as normas do edifício, perguntamos os nomes dos porteiros, essas coisas. Foi assim que descobrimos que a vizinha do apê abaixo do nosso poderia nos trazer alguns problemas. Principalmente porque já rolava um vazamento antigo, nunca solucionado, do nosso cafofo pro dela.

Não demorou muito pro vazamento mostrar o ar de sua graça. Bastou o pedreiro quebrar um pouquinho mais a parede onde se escondia o barbará, pra ele começar a chorar suas lágrimas enferrujadas chão abaixo. Resultado: bolha no teto da vizinha do 504! Aaaaaa!!!

A síndica me ligou desesperada, dizendo que precisava resolver aquilo urgentemente. Como meu pedreiro só apareceria à tarde naquele dia, ela colocou o obreiro do prédio pra consertar a tragédia, que se entendia do 5º ao 7º andar! Ao menos quem pagou foi o condomínio. Afinal, barbará é problema do prédio. Fiquem sabendo!

Mas quem foi que disse que a história com a vizinhança terminava por aí? Semana seguinte foi a vez do mestre de obras nos informar que seria necessário trocar as colunas de água. Entrando nos apês de cima e debaixo. Oi? Quebração nos vizinhos de novo???

E lá fui eu, mais o mestre, bater no 504 pra explicar pra Dona Cândida, que teríamos que fazer uma festinha de poeira na casa dela. Com muita paciência, explicamos pra senhorinha que seria uma quebração chata, mas que resolveria de vez qualquer problema de vazamento futuro. Quem disse que ela gostou da história? Saí de lá com a sensação de que teria muitos problemas na semana seguinte e que seria bom providenciar um bolinho pra presenteá-la. Mais preocupada ainda fiquei, depois que a síndica me contou, que o tal pedreiro que consertou o barbará quase deu queixa da Dona Cândida na delegacia. Como é que é? A mulher é uma bruxa? Xingou até a última geração dele? Maluca? Meda!!! Em compensação, também segundo a síndica, o vizinho do 704 era “muito boa praça”. Menos mal!

Mas, como o próprio título do post sugere, vizinhança é como futebol: uma caixinha de surpresas. A Dona Cândida do 504 se mostrou um amor de pessoa. Adorou os rapazes da nossa obra, levou bolo, água, lanche e o escambal pra eles. Chegou ao ponto de passar no nosso apê pra perguntar sobre o andamento da obra e fazer piadinha com o tamanho de um dos pedreiros. Uma simpatia! Pode?

Por outro lado, o tal do vizinho “boa praça” do andar de cima, quase expulsou a tapas os pedreiros, quando foram lhe explicar que precisariam, mais uma vez, quebrar a dependência deles.

Como a Páscoa está próxima, estamos pensando seriamente em comprar uns ovinhos pra galera dos apês próximos. “Coelhinho da Páscoa passou por aqui e pede desculpas pelo transtorno.” Que sabe assim a gente amança as feras...

Pra terminar o post, uma sequencia de fotos realizada no primeiro dia de obras. Sim! Eu inaugurei a reforma!


A primeira martelada a gente nunca esquece!

terça-feira, 17 de março de 2009

Os estranhos finais de semana de um casal em obras

Ah, nada como mais um final de semana delicioso indo pra lá e para cá, recebendo tijolos, caçando pedreiros, escolhendo torneiras e quase saindo no tapa para decidir se o chão vai ser cinza claro ou cinza escuro. Ou melhor, cement ou grafiti (com um "t" e um "i" mesmo).

A semana agitada, que teve mestre de obras desaparecido na segunda e pedreiros abduzidos na quinta - teriam sido os aliens da parede da cozinha? - terminou logo após uma sexta-feira treze onde o céu parecia desabar no Rio de Janeiro e junto com ele todos os problemas possíveis e imagináveis no meu trabalho. Como diria uma personagem de novela, tocar uma obra e trabalhar ao mesmo tempo não é brinquedo não.

A sorte é ter horário flexível e uma namorada competente e free-lancer (além de bonita, gostosa, maravilhosa etc!). Só que quando o sábado chega, e teoricamente seria hora de descansar, somos obrigados a estar de pé cedinho para receber os tijolos que o carinha da loja não entregou (!) e também os pedreiros que foram abduzidos na quinta-feira (!!).

Os tijolos chegaram, mas e os pedreiros? Pois é... Então, pelo quarto final de semana consecutivo, rodamos lojas de material de construção, comparamos preços e fizemos conta. Além de discutir um pouquinho também, pois ninguém é de ferro.

Mas como sou "egoísta" e não quero que ninguém tenha um final de semana tão bom quanto esses, vou dar umas dicas por aqui sobre as lojas que visitamos:


Leroy Merlin
Fomos à loja da Barra, que tem variedade de produtos apenas razoável e preços altos. Cobrem a concorrência e ainda dão um desconto, mas tem que trazer o anúncio.

Amoedo
Visitamos as lojas de Botafogo e Barra. Boa variedade de produtos e preços razoáveis. Cobrem os preços dos concorrentes e deram 5% de desconto à vista. Também fazem em 10x sem juros no cartão próprio da loja. O grande problema é a burocracia pra conseguir um orçamento por telefone/e-mail/fax, fora que o site não tem preços. Um saco!

Casa & Construção (C&C)

Passamos pela de Botafogo - bonita casa , mas com péssimo atendimento e organização dos itens muito ruim. Fujam de lá! - e pela da Barra, que é enorme e tem coisa pra chuchu. O engraçado é que, enquanto na de Botafogo tínhamos que procurar os vendedores como numa brincadeira de esconde-esconde, na da Barra era o contrário. Era a mesma brincadeira de esconde-esconde, mas nós é que nos escondíamos deles! Os preços são bons, mas melhores ainda são os preços do site, com raras exceções. A diferença chega a 20%! A loja também faz em 10x sem juros no cartão ou concede bons descontos (5 a 8% nas nossas compras). O site é bem completo!

Tigrão de Ramos
Imbatível em termos de preço, mas não tem tanta variedade de marcas. Não chegamos a ir à loja, mas ligamos pra lá e fomos muito bem atendidos pelo Nunes (Aí, Nunes, se ler isso aqui, dá mais um desconto pela propaganda!), que resolveu tudo sem burocracia. Tanto material básico quanto metais Deca e Fabrimar por um preço excelente (só no quesito revestimentos é que a oferta é pouca e os preços altos), além de entrega rápida (24hs) para itens em estoque. Definitivamente, peçam o orçamento deles antes de comprar nos outros lugares, pois de uma lista de 30 itens, apenas dois estavam mais caros do que as outras lojas. Além disso, não cobraram frete em nenhuma das duas compras que fizemos... Classe A!

Bem, as dicas, por enquanto, são essas. E vocês, têm mais alguma por aí?

Para fechar o post, sequência de fotos com Bianca testando a posição da bacia (aprendi que o nome não é vaso!) do lavabo. Reparem que a bacia estava mais limpa antes.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Pode acreditar, é pior do que você imagina!

Antes de começar nossa reforma, conversamos muito com pessoas que já tinham passado por isso. Super normal. Precisávamos de indicações de bons serviços, dicas de onde, quando e qual material comprar, dicas de como lidar com os contratados, essas coisas. E todas essas pessoas, sem exceção, nos advertiram: se você quer pagar pelos seus pecados, faça uma obra.

Ok, entendi, vamos comer o pão que o diabo amassou, arrancar os cabelos por causa do pedreiro, xingar até a última geração do marceneiro, discutir com a vizinha do andar de baixo, bater perna na Frei Caneca e nas mega lojas da Barra, brigar horrores um com o outro. E se nosso relacionamento resistir a tudo isso, vamos descobrir que fomos mesmo feitos um para o outro.

Depois de tanto ouvir as mesmas advertências, pensei: “Ah! Acho que estou preparada psicologicamente! Posso botar a mão na massa!”

Até o dia em que tudo começou. Só então você conclui que nunca estará preparado. Só depois de passar pelo primeiro cano vazando, pela dúvida cruel de escolher a cor do piso da cozinha, de descobrir que o pedreiro derrubou uma parede por engano, só depois de queimar a mufa pra decidir a melhor distribuição das louças no lavabo é que você entende que tudo aquilo que te contaram não era exagero e que, ao contrário do que você sempre pensou, você não é mais zen do que todos os seus amigos histéricos. Você é MUITO mais histérico do que todos eles juntos!

O que fazer, então? Ah! A gente faz um blog e segue em frente. Com a certeza de que, no final, vai ficar tudo lindo. E o melhor, você vai ter muita história de terror pra contar pros seus amigos que estão prestes a começar uma obra! Aí você passa pro lado de lá e pode até tirar onda de expert!

Antes, durante e... Como vai ficar depois?



As fotos mostram bem a coisa esquisita que é uma reforma no meio do caminho, com tudo destruído e tijolos à vista. Mas pensando bem, nossa cozinha original (inalterada por 35 anos), também não era lá muito agradável. Claro que sempre tem um doido (minha irmã) que acha os azulejos antigos lindos e pede para deixá-los na parede. Mas a grande maioria simplesmente ficou tonta só de olhar aquele padrão repetido. Imagina tomar café da manhã olhando para aqueles "ovos estrelados" na parede! Ah, "ovos estrelados", "girassóis" e até "aliens" foram os chutes de quem viu o apartamento e tentou descobrir o que significavam aqueles desenhos. Olha, vou até dar o braço a torcer (viu, maninha?) e digo que os pequenos "aliens" podiam muito bem forrar o tampo de uma mesa rústica, mas a parede da minha cozinha, jamais! E como achamos a cozinha muito mal distribuída e queríamos um ambiente mais integrado com a sala, chamamos o Sgt. Ripley para detonar os aliens da parede. O resultado? Tá aí embaixo.

Ripley mandou os aliens pra Terra Prometida* e transformou cozinha e sala em uma coisa só, tipo, um casal de adolescentes apaixonados que estão namorando há 2 meses. Mas como nem tudo são flores, nossa cozinha recebe muito barulho da rua e o "casal" vai ficar separado por uma grande porta de correr dupla. Resumindo: vão virar amiguinhos e de vez em quando "dar uns pegas".

Ah, o buraco ao lado da cozinha é o ex-banheiro de empregada, que ia participar da suruba, mas foi impedido por uma parede cheia de tubos de gás.

Moral da história: se você tiver gases, não vai poder participar de uma suruba!



*A caçamba de entulho, talvez como forma de consolo para os pobres aliens, tinha o nome "Terra Prometida" pintado na lateral.

A Grande Reforma do Pequeno Apê

A “Grande Reforma do Pequeno Apê” começou há duas semanas atrás, no dia 27 de fevereiro, e confesso que estou assustado, cansado e estressado. Por mais que tenha feito milhões de contas, consultado especialistas e lido pencas de artigos e sites antes da primeira marretada, cheguei à bela conclusão que não sei chongas sobre obras.

Mas estou tentando aprender e, quando estou no pequeno apê, no momento totalmente destruído, e começo a tentar imaginar como ele vai ficar daqui a 3 meses (será?), percebo que acima de tudo estou muito feliz com nossa primeira casinha, nosso espaço. E aqui, nesse blog, pretendo contar todos os causos, problemas e soluções da obra, assim como minhas burradas, neuroses e dúvidas em relação ao apê.

Seja bem-vindo!


E os dois acima somos nós (sou o da esquerda, Bianca está à direita) no dia em que assinamos a escritura e comemoramos o fim do perrengue que é achar um apê!

(apenas para descobrir logo depois o perrengue que é REFORMAR um apê)